1. INTRODUÇÃO
Quando falamos em trabalhar em equipe sempre nos vem a mente a figura dos Japoneses e os CCQ’s mas é interessante lembrar que a primeira menção escrita de trabalho em equipe remonta ao velho testamento quando Moises estava conduzindo o povo Judeu em sua peregrinação à terra prometida e o mesmo começou a sentir as dificuldades de gerenciar todos ao mesmo tempo, como falar com todos, como se fazer ouvido por todos, afinal naqueles tempos não havia sistema de som!
Quem trouxe a solução a Moises foi seu sogro o primeiro consultor da História, que lhe disse, separe o povo em grupos de mil, os grupos de mil em grupos de 100, os grupos de 100 em grupos de 10 pessoas e converse apenas com os líderes de cada grupo! Podemos nos atrever e dizer que este foi o primeiro processo de equipes documentado do nosso mundo!
Para que possamos falar em CÁLCULOS DE CONTROLE DE QUALIDADE faz -se necessário que nos recordemos um pouco da história do Japão, mais precisamente do histórico da qualidade no japão.
Em 1945 logo após o término da 2aº Guerra Mundial, a economia japonesa encontrava-se completamente debilitada, consequência da derrota sofrida.
Tornava-se necessário despender um gigantesco esforço nacional para recuperar a economia do país. Foi desenvolvido, então, um intenso programa de industrialização, programa este que contou com a maciça ajuda financeira dos Estados Unidos da América, através do Plano Marshal e também de um sistema de captação de poupança interna.
O programa de industrialização objetivava basicamente a produção em massa de artigos de consumo que, em última anáise, eram cópias de produtos fabricados em outros países. Segundo a afirmação de muitos, a filosofia básica corrente no Japão na década de 50 era de: importar, aprender, copiar, produzir, competir, aperfeiçoar, finalmente, dominar o mercado.
Assim, surgiram as indústrias eletrônica, fotográfica, relojoeira, automobilística e de computação, entre outras.
Se de um lado, naquela época, a existência de uma mão-de-obra abundante e barata contribuía para que os produtos japoneses tivessem condições de competitividade no mercado, em consequencia de seu preço baixo, por outro lado, a baixa qualidade dos produtos ameaçava comprometer o esforço desenvolvimentista japonês, uma vez que o produto “Made in Japan” era sinônimo de baixa qualidade.
2. TOMADA DE POSIÇÃO
Face a essa constataçõo, a solução encontrada pelo Governo Japonês foi solicitar o assessoramento de especialistas em controle de Qualidade de outros países, a fim de que, através de um planejamento global, as organizações japonesas pudessem aprender a utilizar as modernas técnicas de controle estatístico de qualidade. Dentre esses técnicos, podemos citar profissionais como Juram, Deming e Feigenbaum, que tiveram oportunidade de desenvolver diversos programas de treinamento, cuja filosofia era: “Produzir com Qualidade”.
A mensagem básica desse programa estava centrada na seguinte máxima: “O responsável pela qualidade de um produto é o elemento que o fabrica e não quem controla”.
Os resultados decorrentes do programa desenvolvido logo começaram a surgir, sem, contudo, apresentar nada de excepcional.
Em 1960 o Japão não conseguia exportar nenhum automóvel para o Ocidente.
3. A SOLUÇÃO
Preocupado com esses fatos, Kaoru Ishikawa, um Engenheiro de Controle de Qualidade que havia participado dos programas de treinamento desenvolvidos pelos especialistas ocidentais, resolveu pesquisar e estudar a evolução histórica do processo de industrialização. Verificou ele que as teorias de administração mecanicistas (Taylor e Fayol), com bons resultados no início da revolução industrial nos países ocidentais, não traziam resultados satisfatórios no Japão, principalmente pelo fato do país possuir uma população com nível de escolaridade muito elevado, onde 99% da população tem, no mínimo, 9 anos de estudo escolar e 32% possui nível universitário.
Com base em suas pesquisas, o Dr. Kaoru Ishikawa, que além de profissional de controle de qualidade era professor da Faculdade Imperial de Tóquio, resolveu aliar os conceitos adquiridos durante o programa lançado pelo governo japonês, “Produzir com Qualidade” com as constatações verificadas durante seu estudo sobre a evolução histórica do processo industrial.
Criou, então, uma nova filosofia de trabalho, centrada na seguinte afirmação: “Quem conhece o problema é quem convive com ele dia-a-dia, ou seja, o operário”.